O estrelismo dos atletas e a procura desenfreada pela informação inédita reflete no jornalismo esportivo atual. A dificuldade de acesso aos jogadores é mais intensa do que antigamente. Confira o depoimento de grandes jornalistas e locutores esportivos sobre o tema:
"Uma vez o acesso aos jogadores era muito mais facilitado. Conversava-se com o técnico e com os jogadores passeando pela concentração. Eles só viviam no Brasil e o contato era mais direto. Hoje não se tem mais esse convívio. Existe muito assédio. Hoje eles são estrelas, astros internacionais!" (David Coimbra)
"Até 1982 não existia tanta frescura na seleção. Ficávamos no mesmo hotel da delegação e tínhamos contato diário com os jogadores. Hoje não é mais assim. Eu, que nunca fui de bajular homem, não fico correndo atrás de jogador, até porque meu negócio é a narração. Porém, no aspecto da reportagem, existe essa dificuldade porque os jogadores só falam com hora marcada". (Haroldo de Souza)
"Em 1986, fiz uma entrevista com o Maradona de vinte minutos sozinho. Hoje, uma entrevista com o Ronaldo tem 200 repórteres e aí só se consegue ser apenas mais um, ou seja, aquela intimidade com o jogador está completamente perdida. Isso é o que mudou. Com mais veículos e mais jornalistas, o repórter tem mais dificuldade de acesso. Ninguém tem mais a notícia exclusiva. Isso terminou". (Pedro Ernesto Denardin)
"À medida que os clubes brasileiros adotam o sistema de entrevista dos europeus dificulta-se o contato com os jogadores. A seleção brasileira ainda é uma das mais abertas, aonde é possível ter acesso. Já num Real Madrid, por exemplo, não é permitido o contato com os jogadores, que podem ficar um mês sem falar. Ou mais". (Zé Alberto Andrade)
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