29/05/2009

Do crash ao pós-guerra: a retrospectiva das copas





A ORIGEM DAS COPAS:

Desde sua fundação em 1904, a FIFA (Fédération Internationale de Football Association) já previa nos seus estatutos a realização de um campeonato mundial. A idéia, contudo, só foi posta em prática em 1928 graças aos esforços do ex-presidente francês Jules Rimet. Desde que assumiu o comando da FIFA, Rimet sonhava com uma competição independente dos Jogos Olímpicos. E foi durante as Olimpíadas de Amsterdã, em 1928 que o comitê executivo da FIFA decidiu retirar o artigo 9° do papel e organizar um campeonato a cada quatro anos que caísse nos anos pares entre as Olimpíadas. A data da primeira competição: 1930. Restava definir o local.

O histórico das sedes:

Mal havia se recuperado dos estragos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Europa mergulhou em uma nova crise provocada pelo Crash da Bolsa de NY, em 1929. Nesse contexto, Hungria, Espanha, Suécia, Itália e Holanda, desistiram de suas candidaturas. Atual bi-campeão olímpico, o Uruguai também tinha interesse em sediar o evento. À margem da crise com sua fortalecida economia baseada na exportação de carne e lã, os cisplatinos fizeram uma oferta que agradou os dirigentes da FIFA. Estavam dispostos a bancar desde os pequenos custos até as despesas com viagem e alimentação de todos os participantes. E para completar, outro argumento levado em conta foi os cem anos da independência uruguaia, comemorados com a construção do Estádio Centenário, que abrigaria os jogos da Copa.

Entusiasmado pela idéia de aumentar sua popularidade, o ditador Benito Mussolini não mediu esforços para trazer à Itália a segunda Copa do Mundo. O ideologia fascista também sairia prestigiada caso a Squadra Azzurra conquistasse o título inédito. Através de ameaças e subornos, o Duce arrancou a confirmação da FIFA. Em protesto ao boicote europeu a Copa de 30, os atuais campeões uruguaios se negaram a participar.

Inspirada em Mussolini, a Alemanha Nazista enxergava a Copa de 38 como um veículo de propaganda às suas ideologias. Sua maior concorrente, a Argentina queria trazer a competição de volta à América - dessa vez na sua casa. O interesse comercial proporcionado pelo sucesso de público impediu o rodízio de continentes, culminando na decisão da FIFA em manter a Copa do Mundo na Europa. Sob ameaça de uma nova guerra devido aos avanços políticos dos regimes totalitaristas, dois delegados franceses induziram seus companheiros a eleger a França como sede, alegando ser uma homenagem ao compatriota Jules Rimet. Ao final da competição a Itália sagrou-se bicampeã mundial.

Um ano depois do mundo ser atropelado pela Segunda Guerra Mundial, a FIFA voltou a se reunir para planejar a retomada da competição. O único país que estava disposto a organizar o evento e manteve a oferta foi o Brasil, já que a Alemanha estava arrasada. A antiga CBD, Confederação Brasileira de Desportos construiu o até então maior estádio do mundo. O que ninguém esperava é que o Maracanã serviria de palco para a maior tragédia brasileira no futebol. Na véspera da final o excesso de otimismo contaminou os próprios jogadores, que precisavam só de um empate para conquistar a taça Jules Rimet. A euforia deu lugar ao silêncio quando os uruguaios empataram o jogo no segundo tempo.  E, aos 34 minutos, Ghiggia consumaria a vitória da celeste olímpica com um chute cruzado. Durante 50 anos e até o final da sua vida, o goleiro Barbosa foi culpado pela amarga derrota que emudeceu o Maracanã.

(Foto: divulgação)

Em tempos de Guerra Fria, nada melhor do que uma nação neutra para receber a quinta Copa do Mundo. A fim de apagar o vexame em 1950, o Brasil embarcou à Suiça com uma cor diferente no uniforme. O azul dava lugar ao amarelo e verde. Surgia a seleção canarinho. A favorita seleção húngara se rendia na final à Alemanha Ocidental, que se reerguia sob os efeitos da Segunda Guerra.

28/05/2009

O país do futebol

A seleção brasileira nunca foi apenas um time qualquer, mas, antes de julho de 1958, não havia atingido a glória em uma competição mundial. Ainda atormentado pelo fracasso retumbante de 1950, o Brasil começou a Copa completamente desacreditado. Ninguém sequer sonhava em ver o futebol brasileiro na final.
Entretanto, o que se viu foi um espetáculo atrás do outro. O time era perfeito e contava com craques como Gilmar, Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Vava e Zagalo. Foi quando surgiu Edison Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Na época um garoto com apenas 17 anos, encantou o mundo com suas jogadas espetaculares, eternizadas na câmeras da primeira copa televisionada.

A final contra a Suécia foi eletrizante. Os suecos jogavam de amarelo, então a seleção teve que vestir a camiseta reserva. A delegação esportiva optou pela cor azul, em homenagem ao manto da Nossa Senhora de Aparecida. Sob as bençãos da padroeira do Brasil, o time brasileiro sagrou-se campeão no dia 29 de junho, vencendo os donos da casa de virada por 5 a 2. Depois de 28 anos, finalmente a taça era erguida por um brasileiro, o passo inicial para tornar o Brasil o país do futebol.

Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar;
Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo.


Dois anos antes da Copa de 62, o Chile foi atingido pelo maior terremoto do século XX. O país estava arrasado, um terço da população ficou desabrigado. O desafio de realizar a competição mundial era o que os chilenos precisavam para esquecer a tragédia. A Copa seria realmente inesquecível, pelo menos para os brasileiros, que levantariam a taça Jules Rimet pela segunda vez. A final foi contra a Tchecoslováquia, "aquele São Critóvão cheio de Paulo Amaral", como definiu o craque Garrincha. O placar terminou em 3 a 1. O país consolidava-se cada vez mais como uma potência do futebol mundial.

A consagração
Um verdadeiro massacre. Assim pode ser definido o tri-campeonato da seleção brasileira em 1970 no México. Com Pelé, Torres, Gérson, Jairzinho, Tostão e Rivelino o Brasil venceu os seis jogos disputados, consagrando-se campeão inquestionável. A exemplo de 2002, o Brasil entrou desacreditado na competição, mas a estrela do técnico Zagallo brilhou, transformando craques ofensivos em guerreiros dentro de campo.

A final da Copa do Mundo traduziu o desempenho da equipe no campeonato. Com uma goleada de 4 a 1 na Itália, com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto a seleção conquistou o planeta.

Confira a entrevista do locutor Haroldo de Souza em sua primeira transmissão radiofonica em Copas do Mundo:

Memórias Esportivas - 1970: a primeira Copa de Haroldo

O Fracasso de 82



Apesar de a Seleção Brasileira ter sucumbido diante da Itália de Paolo Rossi na Copa de 1982, na partida que decidia uma vaga para a semifinal, esse time é considerado um dos melhores da história. Jogavam ali grandes nomes do futebol, como Zico, Sócrates, Júnior, Falcão, Paulo Isidoro, Serginho Chulapa e Roberto Dinamite.

Outro time, o do tetracampeonato de 1994 nos Estados Unidos - de Dunga, Romário e Bebeto - é tido como um time de qualidade razoável, visto que não jogava o chamado "futebol-arte". Existe até mesmo uma concepção de que a seleção de 1982 foi melhor do que a de 1994, mesmo que não tenha sido campeã.

Entretanto essa visão não é unânime, e alimenta uma certa polêmica, como será apresentado a seguir:


"É claro que a Seleção de 1982 foi melhor."

O jornalista David Coimbra compara as duas seleções e explica porque o futebol é decidido em um detalhe. Ele cita que essa discussão ocorreu no Painel RBS feito com Dunga. Também critica as mudanças de opinião repentinas , ocasionadas por resultados inesperados obtidos pela Seleção Brasileira.

Memórias Esportivas - "A seleção de 1982 é melhor"



" A seleção de 1994 resolveu"

Pedro Ernesto Denardin explica o que é mais importante em um time de futebol, na comparação entre as seleções de 1982 e 1994.

Memórias Esportivas - "A Seleção de 1994 resolveu"



"A seleção de 1982 foi a melhor de todos os tempos"

Haroldo de Souza defende o futebol-arte e acredita que isso é muito marcante no esporte. E julga que naquela competição, o Brasil foi eliminado adiantadamente.

Memórias Esportivas - "A seleção de 1982 foi a melhor de todos os tempos"

15/05/2009

Copa do Mundo: o trabalho jornalístico


O blog Memórias Esportivas realizará nas próximas duas edições um especial de Copa do Mundo, o maior evento futebolístico do planeta. Com base nos depoimentos de jornalistas, na primeira parte, você descobrirá detalhes sobre o relacionamento entre a imprensa e os jogadores, e dentro dela. Entenda como é feita a preparação da equipe de comunicação, as diferenças entre as funções de cobertura de cada jornalista e as opiniões contraditórias sobre o futuro do radiojornalismo esportivo na voz de Haroldo de Souza e de Pedro Ernesto Denardin. Isso e muito mais, só aqui no Memórias Esportivas!


Acesso aos jogadores


O estrelismo dos atletas e a procura desenfreada pela informação inédita reflete no jornalismo esportivo atual. A dificuldade de acesso aos jogadores é mais intensa do que antigamente. Confira o depoimento de grandes jornalistas e locutores esportivos sobre o tema:

"Uma vez o acesso aos jogadores era muito mais facilitado. Conversava-se com o técnico e com os jogadores passeando pela concentração. Eles só viviam no Brasil e  o contato era mais direto. Hoje não se tem mais esse convívio. Existe muito assédio. Hoje eles são estrelas, astros internacionais!" (David Coimbra)



"Até 1982 não existia tanta frescura na seleção. Ficávamos no mesmo hotel da delegação e tínhamos contato diário com os jogadores. Hoje não é mais assim. Eu, que nunca fui de bajular homem, não fico correndo atrás de jogador, até porque meu negócio é a narração. Porém, no aspecto da reportagem, existe essa dificuldade porque os jogadores só falam com hora marcada". (Haroldo de Souza)



"Em 1986, fiz uma entrevista com o Maradona de vinte minutos sozinho. Hoje, uma entrevista com o Ronaldo tem 200 repórteres e aí só se consegue ser apenas mais um, ou seja, aquela intimidade com o jogador está completamente perdida. Isso é o que mudou. Com mais veículos e mais jornalistas, o repórter tem mais dificuldade de acesso. Ninguém tem mais a notícia exclusiva. Isso terminou". (Pedro Ernesto Denardin)



"À medida que os clubes brasileiros adotam o sistema de entrevista dos europeus dificulta-se o contato com os jogadores. A seleção brasileira ainda é uma das mais abertas, aonde é possível ter acesso. Já num Real Madrid, por exemplo, não é permitido o contato com os jogadores, que podem ficar um mês sem falar. Ou mais". (Zé Alberto Andrade)



Um pouco dos bastidores da Copa do Mundo


Existem muitos fatores por trás de uma cobertura de Copa do Mundo. Parece, para quem assiste aos jogos na televisão ou para quem acompanha pelas ondas do rádio, que é tudo bastante simples de se fazer, em vista das tecnologias à disposição nos dias de hoje. Os bastidores, que raramente são divulgados ao público, possuem vários fatos e peculiaridades bastante interessantes. Agora, alguns deles serão retratados aqui no Memórias esportivas.


Relacionamento entre os membros da imprensa e o ritmo de trabalho
David Coimbra explica como os jornalistas de diferentes empresas se relacionam em uma cobertura feita em países de diferentes culturas e distantes do Brasil.


Memórias esportivas - Relacionamento entre jornalistas e ritmo de trabalho na Copa




"Jornalista vai para trabalhar, não para torcer"
Pedro Ernesto Denardin declara de que forma ele encara uma cobertura de Copa do Mundo, e de que forma reage aos resultados da Seleção Brasileira, enquanto narrador.


Memórias Esportivas - "Jornalista vai à Copa para trabalhar, não para torcer"




A preparação da equipe para cobrir uma Copa do Mundo
Zé Alberto Andrade conta como a equipe da RBS se preparou para cobrir a Copa de 2002. Ele explica o que há de semelhante na cobertura de qualquer jogo e o que há de peculiar.

Memórias esportivas - Planejamento da cobertura da Copa de 2002




A diferença entre o trabalho de um narrador e de um repórter de campo
Quem viveu na pele as duas principais funções de uma cobertura esportiva, narrador e repórter, explica as diferenças do trabalho de ambas. Confira o relato de Pedro Ernesto Denardin.


Memórias esportivas - Diferença entre ser narrador e ser repórter de campo

Radiojornalismo Esportivo: Um caminho para a evolução ou uma morte anunciada?


Com o surgimento de novas mídias, será que o Radiojornalismo Esportivo irá morrer ou seguirá a evolução constante dos meios? Acompanhe as opiniões dos dois principais locutores esportivos do Rio Grande do Sul, Haroldo de Souza e Pedro Ernesto Denardin, que possuem na bagagem a cobertura de diversas copas do mundo e muitas observações polêmicas...

Você já deve ter conhecido alguém que assiste o jogo de futebol na televisão, ouve no rádio a transmissão e busca alguma informação específica na internet. Esses exemplos descaracterizam o conceito de que o advento de uma nova tecnologia de informação elimina as já existentes. Os avanços tecnológicos geram a convergência das mídias, ou seja, a sociedade vai adquirindo novos hábitos em seu cotidiano. Os novos meios de comunicação dão mais opções na procura da informação e do entretenimento, modificando o consumo individual das pessoas. Se a sociedade muda, os meios de comunicação também, gerando uma readaptação de mídia. Este processo é observado na invenção do rádio, quando já existia o jornal impresso, na criação da televisão descentralizando a era radiofônica e no advento da internet unificando todos os meios.

É claro que o surgimento de novos meios de comunicação (Internet e televisão) provocam mudanças consideráveis, mas há quem defenda a ideia que essa evolução irá enfraquecer os antigos meios (impresso e rádio) ao longo dos anos até o desaparecimento natural. Definir quando o rádio e o jornal irão acabar ainda é cedo, mas constatar uma crise no radiojornalismo esportivo é viável. O atual vereador de Porto Alegre e locutor esportivo da Rádio Guaíba Haroldo de Souza observa que as novas tecnologias inseridas dentro do rádio e o surgimento dos outros meios causarão a morte do jornalismo esportivo. Mas, será que é possível acabar com a programação que mais gera audiência dentro do veículo? Para Haroldo de Souza isso já acontece lentamente, e sua experiência demonstra essa triste realidade. Haroldo compara nesta entrevista a diferença entre as coberturas antigas e as atuais, revelando que a evolução tecnológica acabou com a identidade radiofônica tanto no aspecto técnico da voz, da organização editorial, quanto do aspecto de liberdade do repórter. Segundo o locutor hoje as coberturas são fantasiosas, pois com a modernização dos aparatos técnicos e a criação da narração via "tubo", é possível dar a mesma informação estando no estúdio da rádio ao invés de estar no estádio, iludindo o ouvinte com a expectativa de um novo furo de reportagem. Além disso, Haroldo aponta que os meios evoluíram mas os homens que fazem futebol regrediram, pois antes na época em que o rádio era bom o repórter poderia usar sua criatividade na pauta e nas entrevistas com os jogadores, hoje os jogadores são blindados e escolhidos pela CBF. Confira as entrevistas em áudio com a voz marcante de Haroldo de Souza:



Memórias esportivas - Haroldo acredita que o rádio esportivo vai morrer




Memórias esportivas - Cobertura esportiva "fantasiosa"




Não podemos esquecer o contexto histórico do ápice radiofônico, pois hoje os jornalistas cobrem para a tv, internet, impresso e rádio. E não se deve esquecer que vivemos em um país que ainda possui um alto índice de analfabetismo, onde o rádio assume um importante papel para quem não sabe ler nem escrever.


Já o locutor esportivo da Rádio Gaúcha Pedro Ernesto Denardin, enxerga a mudança no rádio sob outro ponto de vista. Para ele, a diminuição das rádios e dos repórteres esportivos em eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas não representam uma morte anunciada das rádios, e sim uma resposta natural da adaptação dos novos meios de comunicação. Denardin considera o rádio um veículo individual que acompanha a atividade das pessoas no mesmo espaço temporal em diversas situações, como nas viagens em que as famílias escutam o jogo, quando estão todos olhando um programa de televisão e o indivíduo busca seu espaço sem perder as imagens televisivas, ou seja, é um meio diferente onde o ouvinte não precisa parar o que está fazendo. Em oposição a Haroldo, Denardin possui uma visão mais analítica da evolução tecnológica dos meios de comunicação, pelo fato de conseguir ver uma reformulação dos meios, em que o jornal está deixando de ser puramente noticioso passando a ser interpretativo, juntamente com a revista, e a internet está exercendo o papel de notícia imediata – proposto com o surgimento do rádio. Com isso, Pedro Ernesto Denardin reforça que não haverá morte no radiojornalismo esportivo, pois os meios se completam e não há como arrancar a cultura das pessoas em ler o jornal impresso, ouvir a rádio, assistir a televisão e escolher seu conteúdo na internet, sendo que os números mostram que ao menos no Estado do Rio Grande do Sul cada vez as pessoas leem mais jornal, ouvem mais rádio e acessam mais a internet. Confira agora a entrevista em áudio:



Memórias esportivas - Denardin não acredita na morte do rádio

Mas afinal, o jornalismo esportivo repete pautas de diferentes maneiras pelo grande número de mídias – cada uma exercendo sua função, seja multimídia ou interpretativa, ou essa repetição é uma cobertura fantasiosa exercida pelas tecnologias de informação?


Só a classificação interessa


O Brasil é o único país cuja Seleção participou em todas as Copas do Mundo. Por isso, sempre se espera do time canarinho um bom desempenho em campo. As coberturas nacionais da copa giram em torno dos jogos da seleção. Espera-se da competição um evento muito disputado e repleto de emoções. O jornalista da Rádio Gaúcha José Alberto Andrade conta sobre como a imprensa se organiza para cobrir uma Copa e como lida com essa expectativa frente à seleção brasileira. Detalha também a existência de um "plano B" diante o comportamento do público brasileiro em consequência dos resultados da Seleção. Tudo isso em áudio aqui, no Memórias Esportivas.



Memórias esportivas - Expectativa da imprensa quanto à Seleção